Já parou para pensar onde, como e quando surgiu o artifício mais sexy da maquiagem, o
batom vermelho? A história por detrás do tubinho que a gente tanto ama tem uma origem tortuosa, cheia de fatos curiosos e bem mais antiga do que imaginamos.
Dá para imaginar que a invenção do batom é recheada por coisas como
besouros esmagados?
Voltando no tempo: as mulheres da antiga
Mesopotâmia foram as possíveis inventoras do batom, cerca de 5.000 anos atrás. Elas esmagavam
joias semi-preciosas para destacar os
lábios e até mesmo passá-las ao redor dos olhos (
wtf?).
As mulheres da
Civilização do Vale do Indo também coloriam seus lábios com uma pigmentação vermelha.
As
egípcias, conhecidas pelas colaborações cosméticas, criaram um corante vermelho feito a partir de algas marinhas, iodo e bromo.
Esta primeira tentativa de batom rica em ácido trouxe inúmeras doenças infecciosas às mulheres e consequentemente aos homens, ficando conhecido na época como
“O beijo da morte”.
Já a criação de
Cleópatra foi feita através de besouros carmim (nativos do México) que tinham um pigmento vermelho vivo. Os besouros eram esmagados com ovos de formiga e para o efeito cintilante, utilizavam-se escamas de peixe. A
henna e o
khol completavam o make bafo. Não é muito louco?
No século XVI então, o batom virou sensação do momento.
A
Rainha Elizabeth I, uma verdadeira
it-girl lançadora de tendências da época (hahaha) popularizou o combo lábios rubros e rosto com
pó de arroz. Foi nessa época que a produção do batom evoluiu para as bases feitas a partir de cera de abelha, óleo de jojoba e derivados de plantas com corantes vermelhos.
Em 1653, na Inglaterra, o pastor Thomas Hall liderou um movimento dizendo que a pintura de rostos era
“Obra do Diabo“. As consequências foram longe: o Parlamento inglês aprovou uma
lei em 1770 contra o batom, com o aviso de que mulheres que seduzissem homens por meio da maquiagem teriam seu casamento anulado e seriam julgadas como
bruxas!!! Cacildis, hein?
O problema é que quando a
Rainha Victoria ocupou o trono, a maquiagem em geral foi quase banida por toda a Europa medieval, por ser considerada vulgar e típica de
prostitutas. Até então, o batom sobreviveu em becos escuros até as atrizes trazerem sua credibilidade de volta.
Enquanto isso, no
Japão do século XVIII, as
gueishas esmagavam pétalas de açafrão para criar batons, pintar as sobrancelhas e delinear os olhos.
A volta do dito-cujo no final do séc. XIX fez com que a
Guerlain começasse a manufaturar o produto e já em 1884, o primeiro batom da história moderna foi introduzido pelos perfumistas parisienses. Ele era embrulhado em papel de seda feito com sebo de veado, óleo de mamona e cera de abelha.
Com a popularidade da indústria cinematográfica nas décadas de 20 e 30,
Elizabeth Arden e
Estée Lauder começaram a vender batons vermelhos em seus salões. A partir de então, a indústria americana iniciou a produção de mais variedades de cores como o rosa claro, lilás e vermelho escarlate.
Já na década de 40, com a febre das
pin-ups e a
Segunda Guerra Mundial, o batom vermelho deu uma guinada. As escalas de produção tornaram-se mundiais, principalmente após a invenção das embalagens
push-up em metal e do
delineador para lábios, como os de hoje em dia.
Poderoso que só ele, o vermelhinho ainda é uma receita infalível (da tataravó) para atrair olhares (
de aprovação ou reprovação, né? convenhamos…).
A verdade é que ele não é mais tão
repugnante como nos dias de Cleópatra, mas muitos homens ainda o consideram obra do diabo. Sabe como é, né?